Na última quinta-feira, dia 28 de Maio, a aula on-line do IPM foi sobre os desafios para a modernização e reforma das Instituições.
As Instituições formais do Estado são modernizadas de acordo com três fluxos principais: o crescimento econômico, a mobilização de novos grupos sociais e ideias sobre inovação, reforma ou ruptura.
No caso da ordem política já estar desenvolvida, com um Estado forte e estável, sendo sustentado e regulado pelo Estado de Direito e seu império das leis, resta o essencial desenvolvimento das responsabilidades democráticas. Esses suportes da ordem política (Estado, Estado de Direito e Responsabilidade Democrática) são descritos pelo cientista político Francis Fukuyama como fundamentais, mas podendo se desenvolverem de maneira não paralela ou mesmo sequencial.
Com um cenário de crescimento econômico – normal no desenvolvimento de sociedades capitalistas – é comum que novos grupos sociais surjam com demandas de mudança, de evolução do próprio sistema político, exigindo que as elites políticas acomodem as novas perspectivas dentro das instituições. As instituições se modernizam à medida que conseguem acomodar as demandas democráticas, tornando o Estado mais impessoal e técnico, ao passo que as restrições ao poder absoluto também crescem de acordo com o estabelecimento de uma classe média forte e estável.
Se a sociedade possui instituições fortes, mais fortes serão as tensões para a acomodação dos novos grupos sociais. Se estes grupos não tiverem um conjunto de ideias reformistas de valor, com visão de longo prazo e um corpo político representativo de capaz de apresentar um ideário programático, haverá um perigo de ruptura institucional.As rupturas radicais podem até ser desejadas por parte dos grupos emergentes, mas isso não significa que haverá melhoria nas instituições. Pelo contrário. Sem o desenvolvimento de agendas consistentes que pressionem legitimamente as elites, provavelmente não haverá reforma satisfatória, mas uma paralisia ruim para todos.
Durante a aula tratamos de apreender a situação atual da sociedade brasileira na perspectiva de rupturas, reformas e modernização, ampliando a análise para o contexto de possível retração econômica, polarização dos grupos sociais e radicalização ideológica.





