Apesar da democracia brasileira estar em estado de amadurecimento, ainda falta muito para que a maioria das pessoas e organizações saibam interagir institucionalmente com eficiência, isto é, sendo legitimamente representadas e tendo seus interesses defendidos.
A defesa de interesses é ato assegurado pela nossa constituição. Pessoas Físicas ou Jurídicas podem peticionar diante do Estado, buscando ações em prol de suas atividades, valores, crenças, ideias e interesses. Mas não há uma garantia de que serão atendidas, pois é fundamental que haja consistência nessas petições, ou seja, é preciso ter legitimidade, e isso não se conquista ou se constrói simplesmente com tendo vontade ou razão. A criação de legitimidade é um processo, e é fundamental para o posicionamento eficiente no contexto democrático.
Em nossa cultura democrática ainda incipiente ainda é muito comum, ainda que muitas vezes implícito, o desejo por uma grande ação de nível nacional, a espera por uma ideia revolucionária, ou mesmo a esperança de que sura um salvador da pátria. Não nos acostumamos aos longos processos de conquista de narrativas e espaços de atuação por meio das instituições.
Se queremos mudar leis, políticas, instituições, sistemas, mentalidades ou comportamentos, precisamos entender que isso leva tempo, demanda recursos (pessoas, dinheiro, conhecimento) e exige método. O caminho é longo (ma não é desconhecido!) para influenciar os tomadores de decisão. É absolutamente fundamental pressioná-los com dados, representação de uma realidade, e sobretudo com propostas de solução.
Conhecer os caminhos diretos e indiretos, a legítima e necessária atuação por meio de lobby ou advocacy (lobby indireto, de interesse social, por meio de um amplo conjunto de práticas), pode ser uma forma de acessarmos a possibilidade de sairmos da passividade, encontrarmos medidas exequíveis e compreendermos os métodos reconhecidos para uma defesa legítima de interesses sociais.
A aula foi uma introdução ao Lobby e Advocacy, explanando seus conceitos, como funcionam e o porquê de suas eficácia e necessidade. Uma segunda aula deve explorar as principais ferramentas de Advocacy, bem como os meios de Interação entre sociedade civil organizada e órgãos de litígio do Estado, elencando os principais métodos de atuação judicial que os grupos de interesse podem utilizar.
